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domingo, 24 de maio de 2015

Menos Futebol

Eu adoro futebol, a sério que sim. Já devem ter ouvido falar da minha paixão: o Benfica. Vibro com os jogos, cada golo é um novo fôlego, um passo em direção à vitória. Mas há algo maior que o a minha paixão: Rally.

Se me perguntarem se quero ir ver um jogo em qualquer parte do mundo com tudo pago ou se prefiro ir encher-me de poeira para qualquer uma das zonas de espetáculo eu escolho a segunda.
Rally é algo maior que futebol onde não há rivalidades e muito menos pancada. Chamo-lhe o desporto perfeito, onde acordar de madrugada é um prazer e trazer 4.5kg de poeira nos bolsos é o que nos faz pensar que valeu a pena. A gente reclama porque só os vê chegar e depois toca a encolher-se para não respirar o pó mas depois já lá vem outro e a poeira não importa. É algo lindo de se ver, os carros a fazer as curvas como retas e o motor a desenvolver nas subidas como se de descidas se tratassem. O ambiente é excelente e menti há pouco quando disse que não há rivalidade: ela existe e é algo diferente, é o barulho que se faz com o poder das vozes:o que nos faz berrar é o facto de o outro lado da estrada estar a gritar mais alto e tem que se provar que nós é que mandamos aqui. Depois descobre-se que do outro lado se vê melhor e trocamos as posições: vê-se igual, só mudam as vistas e o outro lado continua a gritar mais alto - parece-nos. Ali não nos importamos com o frio - garanto-vos que estavam no máximo 4ºC quando cheguei ao Marão para ver a prova pelas 8h da manhã - porque a expertativa é maior. É claro que estava muito frio e que o vento não estava a ajudar. Mas havia quem estivesse pior e a minha única manta foi gentilmente cedida a uma pessoa que, apesar de viver por aqui, acredita que o tempo na serra é igual ao tempo nas aldeias. Ali até no Verão é frio. Mas adiante: os carros passaram, a poeira assentou e tivemos que voltar. Talvez fôssemos até Fafe no dia seguinte: não fomos, o vento frio fez o seu "trabalho" e apanhou-nos a cabeça. Cama à 10h30 da noite soube como mel. Acordamos e percebemos que deveríamos ter ido: por causa do ambiente, por causa dos carros, para não quebrar o ciclo de ir ao Confurco todos os anos (e, afinal, as dores de cabeça e do corpo já tinham passado). Para piorar a situação imagens na RTP 2 mostravam em direto o que se estava lá a passar. Para o ano não falho os dois dias, durmo onde calha, levo mais mantas e cobertores, mas não os falho. O Rally pertence ao Norte, é como um filho que nasce a cada roncar de motor. Que nunca mais daqui saia e muito menos se pense que aqui ou no Algarve é o mesmo: não é. O norte é mais hospitaleiro, mais aventureiro, mais maluco por isto. Até aqui veio gente de todas as nacionalidades com a promessa que nos víamos no próximo ano. Que assim seja.

ZE19 - Marão
Rally é um melhor que o futebol porque o futebol só requer uma bola. O rally é o desporto onde se tudo parecer sobre controlo é porque temos de acelerar o carro. O rally é onde o improvável acontece e a moda está presente ao mais alto nível: o herdeiro da Prada, Lorenzo Bertelli, é corredor. São paisagens lindas que lavam as vistas nos intervalos entre as provas. Penso que é algo na poeira que nos faz voltar. Mais Rally, menos Futebol
Um corta vento e um lenço para não respirar a poeira. Olhos que quase não se abriam porque a noite foi agressiva

Como é claro e evidente, os Volkswagen não podiam faltar. Era feliz com qualquer carro neste rally, mas um VW é um VW
Ford Fiesta de Lorenzo Bertelli, é o seu primeiro ano no WRC, tendo antes competido no WR2. Caso não termine no top 10 geral irá trabalhar para uma das fábricas da família. Desejo-lhe sorte 

Já na hora da despedida, corriam os WRC2

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